Uma coisa nova

"O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol." (Ec 1:9)

Vale a pena repetir…

isto.

(E cantar “em tudo o que me acontece em sinto o Teu amor”!)

Escrever

Gosto muito de escrever, é certo e sabido. Não que o faça com a mestria daqueles que admiro e devoro (nas páginas em que se registaram), mas gosto muito, de facto.

Ultimamente, tenho meditado nas situações em que este meu prazer é, pelo contrário, árduo. Por exemplo, quando é preciso produzir descrições fiéis do decorrido num determinado lugar e período de tempo (vulgo, relatórios!). Ou ainda, quando se pretende efectuar um registo dos assuntos que agora se afiguram cronologicamente longínquos (vulgo, Marrocos e o Senhor Bonifácio).

(suspiro)

Valha-me a graça de Deus e o embalo das canções, quando escrever é imperativo.

Trabalhar

A disparidade entre o meu primeiro trabalho e o meu segundo trabalho é tão grande que chega a ser cómico. E a cada dia que passa, a minha existência fica mais semelhante a um filme, daqueles que passam nas tardes de sábado e domingo. Mas quanto mais trabalho, mais isto se firma em mim:

“Não há trabalhos seculares. Todos os trabalhos são para Deus.”

(Hernani)

E são mesmo! ♥

Manhãs

Perto do final do ano passado, desabafei algum do meu desespero com a R. por não conseguir gerir o meu tempo (na altura, atolado de responsabilidades) de forma eficiente e proveitosa; não sabia como fazer as coisas sem ficar completamente esgotada, e nem conseguia fazê-las todas.

Num misto de sonambulismo e revelação, ela deu-me uma lista de instruções na qual vigorava uma referente às primeiras horas do dia: as manhãs são para Deus. A regra é acordar uma hora mais cedo do que o previsto e passar esse tempo a ler a Bíblia, escrever e orar. Os primeiros dois meses de aplicação foram perfeitos, mas depois disso foi mais doloroso manter-me fiel ao princípio, e confesso que não são poucas as vezes em que sucumbo ao sono, em detrimento do “Devocional de Manhã”.

Não obstante, é a minha parte favorita do dia. Aquela hora é melhor que mil passeios, mil dias de sol, mil respirações à beira-mar, mil tardes na biblioteca a viajar pelo mundo de outros, mil banhos, mil risos com amigos. Não há absolutamente nada melhor do que aproveitar aquela hora especialmente dedicada às disciplinas espirituais, e beber, beber sofregamente da Fonte de água viva, tudo o que há de melhor.

Hoje foi um dos dias em que o cansaço do corpo venceu a vontade do espírito. “Mas graças a Deus por Jesus Cristo”, fonte inesgotável de descanso, amparo, justiça e fidelidade. Com ou sem a hora especial, os primeiros momentos depois de acordar são para Deus. Posso contar com a Sua correcção, ajuda e amor. Sempre.

“Sim”

Hoje, aconselhada pela M., vi este vídeo. Ainda estou a gerir as implicações do exemplo destas pessoas para o meu comportamento, pensamentos e concepções no que ao casamento concerne.

A A. uma vez escreveu (e eu faço minhas as palavras dela) que “podia falar de muita coisa, dizer muita coisa sobre [este assunto], mas pouco digo e acho que pouco devo dizer.” Apenas que até hoje nunca tinha visto pessoas tão felizes por dizer “sim” a uma vida de sofrimento, como os próprios escrevem. Afinal, é o amor de Deus que os une, os move e os desperta para as Suas misericórdias. E isso faz toda a diferença.

Almejo uma maturidade assim…

Update

Só estou eu no primeiro esquerdo, acho que I., a M. e a S. ainda vão demorar. Como sempre, a luz de fim de tarde está a inundar a sala, e a esta hora parece que tudo fica ainda mais bonito.

O vento frio sopra lá fora, e pela primeira vez na minha existência consigo perceber um bocadinho do que a A. diz quando explica que gosta muito de dias com um vento assim.

As flores novas da Julieta já abriram; são as primeiras deste ano (e eu já as esperava há algum tempo).

Enquanto penso nestas coisas, ouço alguém (que tenho quase a certeza ser o J.) tocar no sublime piano do andar de baixo, e fico com vontade de ir espreitar. Mas ainda me falta arrumar as trouxas (que me aguardam há quase duas horas) e continuar os afazeres que à escola concernem.

Observo os pormenores que vão fazendo deste apartamento o lar que abrigou este núcleo familiar. Tenho de observar tudo muito bem, e muito rápido, enquanto o fim (esse velocista ímpar) não chega.

Queluz está muito bonita hoje, com o seu sossego de domingo e os seus comboios raros.

“Queluz é o melhor lugar para se viver”. (Pastor Keith)

“You is kind, you is smart, you is important” (*)

Costumo dizer, com alguma frequência e em tom de brincadeira, que nasci na época errada, tal é o fascínio pelos primórdios do século XX.

Esqueço-me de recordar a história completa. Felizmente, há filmes como este que me ajudam a fazê-lo, e a deixar-me embalar por histórias que naquela época se poderiam ter dado.

 Aconselho-o vivamente, é muito bonito (e não é só sobre racismo) (*).